#5 - Armação e Matadeiro
quis usar o nome com i. porém, o Matadeiro também é chamado de Matadero, sem i, ou Matadouro. no meio das duas, a Ponta das Campanhas, um dos lugares mais descomunais do planeta terra.
olá! e aí, tudo certo? passou bem a semana?
trouxe bala pra gente (🗣️). não sei se você gosta de um docinho enquanto conversa, mas eu sim, e na edição passada eu falei de um que, lá, prometi que explicaria aqui, na edição de hoje: a Bala Dalva.
há 82 anos sob a gestão da mesma família, tendo como sede uma fábrica que ficava na Rua Almirante Lamego, uma rua pertinho da Beiramar Norte, hoje a fábrica da Bala Dalva está em Biguaçu, cidade que faz parte da Grande Florianópolis - incluindo São José, que é onde eu moro. você sabia que eu não moro necessariamente na ilha? mas é pertinho, tipo Maringá e Sarandi - já fui até a pé de casa até a Ponte Hercílio Luz. mas voltando pra bala, nada mais é do que um tablete de coco, doce e açucarado, meio molinho, que é absolutamente delicioso:


então, tá explicado. além disso, pedi a ajuda de alguns de vocês, no meu Instagram, brincando com a interatividade: deixei 4 destinos da ilha como opção e pedi que votassem no que gostariam que fosse a edição de hoje. por isso, já que vocês me ajudaram a escolher o destino, pode deixar que eu peço o Uber: vamos descer para a Armação. 🚗
a Armação do Pântano do Sul fica no sul da ilha, com a baía voltada pra direção leste. ou seja: lá é lugar de ver o nascer do sol.
começa que pra você descer pra Armação, você pega um caminho que é lindo por natureza: o Campeche, Morro das Pedras e Lagoa do Peri. para chegar até o destino, você obrigatoriamente passa pelo mirante do Morro das Pedras, sempre cheio de carros para as pessoas que param ali pra admirar o lado sudeste da ilha. do mirante você a Armação, e da Armação você vê o mirante. e no mirante você sempre encontra uma garapa espetacular.
eu fui pra lá a primeira vez em 2019 - ano que provavelmente você vai ficar cansado(a) de saber que foi quando eu vim a primeira vez pra cá. em julho. grava essa data.
eu fui pra lá pois queria fazer a trilha da Lagoinha do Leste, a primeira vez, e sozinho. e fiz. torci o tornozelo e cortei meu braço - onde até hoje eu tenho uma cicatriz do pequeno corte, e perto dele, a coordenada geográfica da Praia da Galheta, onde eu tomei banho de mar pela primeira vez. quando? em 2019. 😜 a história completa eu conto quando escrever sobre a Lagoinha, então, aqui só as fotos:


quando você chega na Armação, na praça principal, você chega de frente pra Igreja de Sant'Ana e São Joaquim. na frente dela, tem um grande redondo (ou uma rotatória) no asfalto para que os ônibus façam a volta ali mesmo - pois da praça pra frente, pelas servidões serem muito estreitas, os ônibus não conseguem entrar.
a igreja foi fundada em 1777 e ficava na frente da principal armação de baleias do lugar. armação, por sua vez, é um instrumento armado para capturar baleias - por isso o nome da praia. no sul da ilha, enquanto ainda era permitida a pesca predatória de baleias para extração do óleo, a Armação era um dos principais lugares onde a prática era difundida. ou seja: a igreja funcionou, durante anos na colonização da ilha, como o lugar onde os pescadores, antes de darem início à caça das baleias, recebiam a bênção para que os trabalhos fossem prósperos. caçadas na Armação, elas eram levadas ao lugar onde eram mortas - o Matadeiro (por isso também o nome da praia que fica ao lado). pronto, agora você sabe a história do nome das praias também. 😉
essa igrejinha de cerâmica, inclusive, está no centro da minha pequena vila açoriana feita de cerâmica - aqui na ilha, além da renda, a cerâmica também foi uma atividade de artesanato muito forte, e até hoje ainda é. eu mesmo amo e no rack da minha sala, tenho ela:

pra comer, eu particularmente gosto muito do Restaurante Aurora. comida autêntica e típica ilhéu:


na frente dele, também na pracinha, tem a Magias da Ilha, que é uma sorveteria super gracinha - você se serve, e se quiser, tem açaí também. bem igual de cidade pequena, e eu gosto de lá exatamente por que ela me lembra a sorveteria da Dona Flávia, que tinha lá em Cidade Gaúcha. mas acho que lá tem um dos doces desses que eu adoro falar que só existem em determinados lugares: a torta de flor de sal, do Café Saborear, é uma coisa que não se explica. sério!
eu falei na edição #2, sobre o Sambaqui, que eu gosto muito das pontas da ilha - literalmente o canto, a borda, a ponta. dali pra frente, só o oceano. o limite.
e a Ponta das Campanhas é, de longe, um dos lugares mais inexplicáveis de Florianópolis.
exatamente essa energia de que dali pra frente não há mais terra, você se sente na ponta do mundo. é uma paz, um silêncio, uma brisa muito específica.
a Armação e o Matadeiro ficam separadas por um espaço de terra, que avança pra dentro do oceano, acessível por meio de uma passarela de madeira:






a ponta é grande, tem barracões de guarda dos barcos e é onde fica também (como, na foto acima, dá até pra ver) o trapiche de embarque para a Ilha do Campeche - inclusive, olha eu aí dando uma dica gratuita de guia: ir para a Ilha do Campeche saindo da Armação é mais barato do que sair direto da Praia do Campeche, tá? turismo que chama o nome disso 😂
o Matadeiro, por sua vez, é um lugar semi-remoto: até lá, só por meio de um caminho de ponte e estradinha de cimento, ou barco.
é lá também que começa a trilha para a Lagoinha do Leste - que também vai ganhar uma edição aqui. porém, pra escrever sobre a Lagoinha, eu vou voltar lá novamente, fazendo a trilha de novo, e dessa vez, subindo no Morro da Coroa. :)


paz inexplicável, também. o Matadeiro, além de muito tranquila, é repleta de moradores que compões a Associação dos Moradores do Matadeiro, que se organizam socialmente para manter ali o mais preservado possível. inclusive, no Matadeiro, sempre tem eventos de surf: a praia é propícia, assim como a Mole e o Moçambique, para a prática do esporte. já fui lá quando estava rolando campeonato de surf local. e, pensando bem, uma hospedagem no Matadreams para ver o sol nascer não vai nada mal.



por que mais verdadeiramente a Armação e o Matadeiro foram escolhidos para a edição de hoje, isso só reforçou uma vontade que já existia.
o sul da ilha é, sem sombra de dúvidas, meu canto favorito da ilha. e a Armação é representação máxima disso, pois me conecta com a Ponta das Campanhas e com o Matadeiro, além dela. e é quase no Pântano do Sul - essa terra da tainha e do Bar do Arante. essa, também, terá edição só sobre ela.
obrigado por mais essa companhia. tem muita Floripa pra você vir comigo ainda. ❤️🔥
uma foto mais linda que a outra! incrível como essa ilha é bonita, né? saudades desse lugar! que bom que volto logo logo