#7 - Costa da Lagoa
acessível só por trilha ou de barco: na encosta da Lagoa da Conceição, um paraíso onde a vida passa mais devagar, restaurantes impecáveis e natureza de tirar o fôlego 😮💨
oiê! 👋🏻 hoje é um domingo. e o que isso quer dizer é só que, por ter ficado empolgado com as mudanças que fiz aqui ontem, decidi engatar e escrever sobre mais um lugar da ilha. então, é aquele nosso combinado: a regra aqui é não ter muita regra.
agora, temos um logo! temos cores de destaque novas e uma artezinha singela para ilustrar o nome da newsletter, que como disse, fiz ontem. comecei a newsletter atrelando ela ao próprio perfil do Substack, mas ontem, transformei numa publicação separada, podendo editar alguns detalhes (como a página inicial, que agora também separa as edições por regiões da ilha).
em #4 - Santo Antônio de Lisboa, eu disse que a via gastronômica do sol poente era particularmente a melhor da ilha, mas me equivoquei: a melhor via gastronômica não tem como ser outra que não a da Costa da Lagoa, local escolhido para a edição de hoje. vamos comigo pra lá? 🥾
o fato de ser berço de uma culinária tão ritualística, proprietária e que preserva o mais alto nível de tradição da comida típica manezinha é que as famílias que colonizaram o lugar, sobreviventes da pesca, passaram a buscar novas formas de trabalho, reduzindo o trabalho pesado de cada temporada.
e não é que lá seja só bom, não. é que além de ter a comida mais típica da ilha, tudo que vem junto é legal: você só chega lá por uma trilha ou de barco, por exemplo. pensa que é uma vila que nasceu dentro da Lagoa da Conceição.
por isso, achei melhor ir com você por aqui como eu costumo fazer pra ir pra lá: cedo, via trilha, e voltando no final da tarde, de barco.
então, vamos começar pela trilha. 🫴🏻 é por aqui:
são 7 quilômetros e mais ou menos umas duas horas e meia num ritmo de caminhada tranquilo.
a trilha é realmente muito tranquila, apesar de longa. da primeira vez que fui pra lá, em 2019, até a última vez que fiz ela (começo do mês passado), algumas coisas inclusive foram feitas para melhorar o caminho: alguns caminhos de concreto para facilitar subidas, por exemplo.
para que seja possível ir por ela, é preciso ir para o Canto dos Araçás, que fica pertinho do centro da Lagoa da Conceição. se você vai de carro, dá pra deixar estacionado tanto no centrinho mesmo, quanto um pouco mais pra frente, no próprio Canto dos Araçás - por mais que lá seja um local com ruas curtas. na trilha em si, não dá pra chegar de carro. deixando no centro e indo à pé, passamos na frente do Bar do Betinho do Deca da Lina, que tem também uma das comidas mais absurdamente gostosas deste lugar.






pela região ter sido colonizada bem no começo do desbravamento da ilha, por volta de 1726, lá também tem uma penca de história: durante a trilha, você encontra o Engenho de Farinha da Vila Verde, o Sobrado do Casarão da Dona Lóquinha e a Cachoeira da Costa da Lagoa.
o Engenho de Farinha fica primeiro. durante a caminhada, depois de virar a esquerda em um dado momento da trilha (tudo sinalizado), você encontra a entrada pra ele. hoje, tombado como um patrimônio histórico e com voluntários, além dos órgãos históricos e culturais da cidade, dá para acompanhar algumas ações por este perfil no Instagram.


por volta de 1794, existiam aproximadamente 382 engenhos, como este, espalhados pela ilha. hoje, ele é um dos poucos que restam, dentre alguns espalhados por bairros como o Ribeirão da Ilha.
tão tradicional que o próprio arquiteto de maquetes da ilha, seu Oraldo Ventura (que eu tive a honra e o prazer de conhecer durante a Maratona Cultural Florianópolis 350 anos, ano passado) explica um pouco sobre como eram as casas com engenhos anexados a elas:
por sinal, seu Oraldo é uma das pessoas mais incríveis que já conheci. espero muito em breve escrever a edição mais especial de todas desta newsletter.



já o Casarão não é acessível ao público, e vem depois de ter passado pelo engenho - na real, acessível apenas para os voluntários que buscam manter ele minimamente preservado, como dá para acompanhar também neste perfil do Instagram.


por fim, já depois de ter passado pelas primeiras casas da população moradora, chegamos na entrada da Cachoeira da Costa da Lagoa - o Restaurante Cachoeira, meu favorito de lá, tem esse nome exatamente por ficar no ponto 17, que dá acesso a cachoeira.
a nascente dela é em cima do Morro do Milhas, por onde também tem outra trilha, que vem do bairro Ratones pra Costa (só que essa eu ainda nunca fiz).


🗣️ inclusive! quando fui lá com o Phelipe, eu levei um tombo HONESTÍSSIMO escorrendo na cachoeira kkk dica: cuidado com as pedras, são bem escorregadias, como dá para ver aqui.


e aí, depois de descer o acesso da cachoeira de volta, poucos passos dali, conseguimos ter a visão panorâmica da Costa:

e aí, chega a famosa hora sagrada, né? aquela do alimento fresco, preparado especialmente pra você. c o m i d a 🍛
já fui na Costa com muita gente, dos meus pais à um alemão amigo de uma amiga, e eu costumo brincar com quem eu vou lá que comer aquela comida é como renovar algo dentro de você. sei lá, limpar a alma, renovar alguma coisa que não sei explicar - sérião, não tô mentindo 😂
primeiro que, na real, antes: você come com uma vista dessa aqui, né?



e aí, agora, juro: o puro suco do que eu nem sei explicar 😮💨







todas essas fotos foram feitas em um só restaurante: o Restaurante Cachoeira (que falei ali mais pra cima). eu sempre só vou nele (por mais que conheça outros, como o Coração de Mãe, o Lagoa Azul, o Paraíso da Néia e o Lagoa Bonita). lá, na real, não tem muito como você errar: em qualquer um que você decidir comer, vai ser um espetáculo. é um Núcleo Setorial de Gastronomia de Florianópolis, oficialmente falando. é comida da mais alta qualidade.
os clássicos: pastel de camarão de berbigão; tainha (ou pescada branca, namorado e anchova também) com ervas finas ou alcaparras (eu prefiro alcaparras), arroz, batata frita, pirão de peixe e molho de camarão. não tem erro.
depois de termos bebido aquele suco de geladíssimo de cevada e comigo uma bonita comida manezinha, hora de voltar pra Lagoa, né?
aí, tudo bem, se você quiser voltar pela trilha, é um direito maratonista seu. eu prefiro voltar de barco 🛥️
quem opera o transporte marítimo na Lagoa são duas cooperativas de donos de embarcações de transporte: a Cooperbarco e a Coopercosta. a Cooperbarco leva os turistas e moradores do centro da Lagoa até lá. já a Coopercosta leva da Costa até o Rio Vermelho, pois a distância entre elas é menor do que de lá para o centro. quem mora na Costa e precisa de emergência médica, por exemplo, vai de barco para o Rio Vermelho, e não para o centro da Lagoa, pois é mais rápido e mais perto.
daí, cada ponto é um trapiche de acesso ao barco, que passa de hora em hora: 15h, 16h, 17, 18h30… tipo ônibus, só que barco.
se você vai e volta de barco direto, o passe para entrar você compra já no terminal lacustre que fica na Lagoa. se for como fizemos hoje, trilha > barco, você embarca normalmente no ponto e paga seu passe ao final da corrida marítima, também no terminal. R$ 15 para ir, R$ 15 para voltar (para moradores da Costa, claro, é bem mais barato).




obrigado por mais essa, hein? um dia e tanto! espero que tenha gostado de ter ido comigo para mais um canto deste lugar. pra fechar, um pouco da sensação de ver correr a barca:
bom domingo 💛
não sei que mágica foi essa, mas me senti dando cada passo com você ✨
ps: amei a nova id visual da news