#11 - Lagoa da Conceição
é no meio da ilha, serve como ponto de conexão entre diversas regiões, berço cultural e histórico e se não fosse uma bruxa chamada Conceição, provavelmente não existiria
e aí, minha tropinha! 🫡 quem é vivo sempre aparece, né? ó quem voltei!
feliz 2025 pra geral e que a gente não se distraia 🥂🍁🍬
como o tempo da internet é uma coisa louca, né? a última edição saiu no dia 20 de novembro do ano passado. é pouquíssimo tempo se você comparar, por exemplo, com a invenção do telefone. a invenção do telefone, sim, faz muito tempo. foi em 1876. 20 de novembro de 2024 não. e até comentando com o meu psicólogo em relação ao hiato que eu estava sem escrever a newsletter, falando com ele como se eu tivesse um prazo para cumprir por aqui, ele me soltou um “mas o hiato que você tá falando é de você contigo mesmo, né?”. em alto e bom sotaque manezinho. daí eu lembrei, realmente, que eu estava correndo por algumas coisas que não precisam de pressa.
então, depois desse necessário (e delicioso tempo - inclusive, obrigado aos envolvidos, meu ano novo foi uma das experiências mais incríveis da minha vida, e se você que está me lendo, passou comigo lá na lomba do sabão, muito obrigado e você sabe bem do que eu estou falando 🫶🏼) voltei: bom demais! vamos por mais que ainda tem muito Uber pra gente pedir juntos - por mais que agora, na alta temporada, ele esteja bem mais caro.
a gente vai pra Lagoa da Conceição, acho que você percebeu. as curvas do morro assustam um pouco, mas tudo dá certo no final.
a Lagoa da Conceição é um dos polos urbanos, de cultura e história e de conexão entre regiões da ilha. representa quase como se fosse uma separação geográfica mesmo: a Floripa que está antes das curvas acentuadas do Morro da Lagoa e a que só existe depois delas - e que pode ser vista do mirante. mirante esse que, inclusive, voltando de um baile, com a Carla, o motorista do Uber foi tão bonzinho que viu a gente tirando foto do sol nascendo, as 5h28, e parou no mirante pra gente descer, filmar, e voltar kkkkk juro:
é por lá que você vai para o DeRaiz, que fica na Joaquina, onde o Baile da Brum pulsa. é lá que você pega o barco-táxi, no Terminal Lacustre pra ir pra Costa da Lagoa - inclusive, levei a Roberta pela primeira vez domingo passado. foi um dos momentos mais mágicos e especiais que eu vivi na Costa quando sempre levo pessoas que eu amo até lá. é passando pela Lagoa também que você vai ao acesso pro Gravatá. tem a Lagoa em si, a Barra, o Porto, o Canto, a Costa, tudo da Lagoa.
o bairro é como se fosse um outro polo, uma outra Florianópolis dentro da mesma ilha e eu não falei mentindo, não: aqui também é conhecido como ilha da magia pelos relatos históricos e culturais que cercam a ilha. a Figueira Centenária, no coração da ilha. as bruxas - tanto as de Itaguaçu quanto todas elas, inclusive Conceição: foi ela que se apaixonou por um indígena, manezinho, chamado Peri. a história de amor dos dois era impossível, pois a gata era o que? isso mesmo, uma bruxa. por proibição das amigas, que não permitiram que Conceição ficasse com Peri, fizeram uma maldição que transformou as lágrimas de Conceição na Lagoa da Conceição, salgadas. as lágrimas do Peri, em outra Lagoa, só que de água doce: a Lagoa do Peri.
daí que então ficou isso mesmo: Florianópolis tem dentro do espaço territorial da ilha, duas lagoas: uma no leste, outra no sul da ilha (uma de um lado, outra de outro). os dois, Conceição e Peri, foram separados fisicamente mesmo.
e a Lagoa do Peri, vista e fotografada de cima (por drone ou avião), tem formato de coração. sério, eu acho essa história uma das mais legais daqui, na moral kkkkk
viu só? falei pra você que se não fosse uma bruxa chamada Conceição, provavelmente não existiria, não falei? 🧙🏻
atestei, inclusive exatamente para escrever esta edição, que o books & beers realmente fechou.
até porque saber que ele havia fechado eu obviamente já tinha visto que sim, pelo tanto de vezes que eu já fui lá na Lagoa e vi de perto.
mas é que o bar, com temática de livraria e que ficava do lado do Koerich, bem de frente pra lagoa mesmo, foi o primeiro lugar onde eu bebi da vida que tem só lá.
inclusive, esse dia foi ótimo kkkk eu cheguei no Airbnb da Tamara era coisa de sei lá, umas 20h40. era um sábado e nós (eu, Lucas e Fabian) havíamos feito um tour pelo norte da ilha - eles me levaram pra conhecer e depois me deixaram na hospedagem que aluguei. e por ser sábado, achei que não combinaria com o dia eu ficar lá no quarto: tomei um banho, me arrumei e desci pro centrinho da lagoa. isso tudo já sozinho.
e daí que um pessoal, de carro, me parou pra perguntar (enquanto eu descia pro centro, à pé) o que que tinha ali no centro da lagoa, de legal, para fazer. era meu primeiro dia também, assim como o deles, que haviam se mudado a pouco tempo pra Florianópolis, e foram conhecer a lagoa pela primeira vez, então, não havia sugestões. agradecemos e seguimos o caminho. só que quando eu cheguei no books & beers, o casal + o amigo deles estavam lá 🗣️
aí a gente acabou sentando juntos, comendo e bebendo:


e quem troca ideia comigo sabe que eu costumo ter uma boa memória pra muitas coisas (menos pra data de aniversário, não faço nem questão de tentar mudar isso pois já aceitei que esporadicamente, vou errar a data de aniversário das pessoas ao meu redor, e tá tudo certo), mas eu não lembro o nomes deles 🅰️ juro, de nenhum. vai que um dia essa newsletter chegue até alguém da foto, vou adorar trocar ideia de novo 👋🏻
o dia oficial mesmo que eu mudei pra cá foi 31 de agosto de 2022. eu começava a trabalhar no dia 1º de setembro e dia 31, tinha alugado um carro e fui buscar, pra facilitar resolver as coisas. de noite, depois de já ter buscado caixa até chorado na Praça XV, agradecendo por estar morando aqui, fui dar uma volta na Lagoa. um dos, como foi em 2019, primeiros lugares que fui na ilha:
depois disso, fui indo, indo e indo. volta e meia dando uma passadinha pelo bairro. descobrindo lugares como o Ilha Formosa (que, na parte das comidas, falo mais). indo pro Viva a Lagoa, um festival promovido pela Prefeitura de Florianópolis como forma de evidenciar a cultura, em um mês inteiro de comemorações por lá, geralmente setembro ou outubro.


a Lagoa é sempre um lugar legal. inclusive, uma das minhas tatuagens (que eu mais gosto, inclusive), na mão direta, foi feita lá. no Céu de Floripa, um bar excelente que tem nas Renderias. risquei com o @puroossojrtattoo, que fez essa belezurinha aqui (no meio do rolê):
2 anos e uns meses depois, foi a vez do @weird.iink me riscar, só que agora no braço. no mesmo rolê:
o rocambole de doce de leite da Rocambole Café é simplesmente tudo.
sério mesmo. inclusive, toda as vezes que fomos lá (eu e Roberta), o mesmo moço simpático que oferece o sanduíche com presunto, queijo e ovo nos convence de que essa é a melhor comida do mundo (naquele momento). e é mesmo:


e esse panini é bom mesmo, o da foto da direita. super levinho, uma delícia.
sobre o Ilha Formosa, daí existe uma coisa muito legal: é o lugar onde tem o segundo melhor pastel de camarão da ilha. o primeiro lugar, como eu já falei, é o Restaurante do Gugu, que fica no Sambaqui. só que lá não é só uma pastelaria (originalmente era, mas agora virou um restaurante), que faz pratos tipo assim:
tem muito lugar gostoso pra comer na Lagoa. tem coisas que fecharam recentemente por lá e que me deixaram triste, como a cachaçaria que vendia diversas produções e sabores. o Pascana também, que agora virou um açaí. mas ainda continua gostoso lá.
a vida noturna da Lagoa é movimentada. tem o Layback, tem o John Bull, Espartano, Santa, Céu de Floripa… tem o Rufus, tem o Araçá também. ou seja: lugar para sair, comer e beber, lá tem de sobra.
meu Deus, gente! não sei especificamente o que foi, mas essa edição foi uma das que eu mais lembrei das viagens pra cá antes de me mudar.
cara, eu lembrei que tenho um texto que, talvez, possa ser até considerado o embrião desta newsletter que até a ti chega: esse texto aqui. tá no meu perfil do Medium, uma outra plataforma de escrita que eu usei por um tempo. lá, você vai encontrar uns textos mais antigos meus (textos, inclusive, publicados originalmente no jornal-laboratório do curso de Jornalismo da UniCesumar, que foi onde eu me formei, o Jornal Matéria Prima). tem textos de quando eu assisti à peças de teatro online, durante a pandemia. tem muita coisa kkkk uma hora preciso falar do A gente conversa também por aqui. na próxima edição eu conto mais.
desde que eu tenho escrito para vocês aqui um pouco mais sobre Florianópolis, sempre comento que todas as fotos usadas nos textos são minhas, também. eu tiro muitas fotos, e guardo muitas delas. tipo essa, de um final de tarde na Joaquina - que, como disse, só dá pra acessar passando pela Lagoa:


tudo que permeia a Lagoa da Conceição é muito legal, né? eu também acho.
pra Floripa, a gente não precisa ter pressa.
até a próxima! 😉 🏝️
randy, assisti "ainda estou aqui" ontem (sim, meio atrasada - se você considerar esse tempo corrido que a sociedade faz a gente acreditar que é o certo) e em uma das cenas, a filha mais velha da família envia uma carta contando sobre a viagem que está fazendo pela europa. junto com o texto ela manda também um vídeo sem som, e a ideia é que a leitura da carta seja - segundo ela mesma - uma experiência sensorial. pra ler, ver e sentir, tudo ao mesmo tempo.
bom, é assim que me sinto lendo sua news: leio, vejo e, por vezes, me pego emocionada por imaginar as coisas que você sentiu.
que bom que voltou! vida longa pros seus textos e aventuras 🥹🤎💫